No Tudo sempre existiu o Nada

 neste texto existem dois interlocutores, feito é na cabeça


"Olá meu amigo, quanto tempo. Desde a última conversa não pude fugir a responsabilidade do que eu mesmo afirmei. Seria possível alguém sem título implicar numa demanda tão grande e aparentemente inatingível com ferramentas tão brutas, quando a própria ciência parece muitas vezes perdida no mesmo escopo? Seria leviano insistir sem nem ao menos parafrasear alguém ou algum estudo específico, deveras eu queria ter uma memória como a sua e tornar tudo mais transparente pela norma. Mas deixando de retórica permita-me insistir um pouco mais, com um novo suspiro.

'Tudo sempre existiu' é a primeira premissa e talvez a única correta.

Dela deríva-se todas as percepções de extremo a extremo, que do ponto seu de vista pode ter vários outros resultados.

Pensar que tudo é infinito leva a dizer que dentro deste existe o finito. Falar em tudo leva a dizer que tem nada.

e disto pressupomos que o movimento tem início. Que nesse tudo tem o parado, estático, inerte. Ainda que o inerte venha de algo antes, já que tudo sempre existiu, não importa enquanto inerte. 

E esse nada que se aglomera em pontos específicos soltos de tudo? 

É tanto o espaço, infinito, que tudo esparrama-se mantendo-se junto. Vai pra frente sentindo o puxar que faz voltar.

O tudo implica que tem tudo. E o todo possui o nada nas mãos. 

Pensando que início implica em sair de um momentum, você sempre inicia algo, mesmo parado. Pensar em início é determinar um ponto nessa rota. Dos dois lados tem mais rotas.

Assim tudo existe, mesmo o nada existe.

Ao ser nada tornando-se o que nega, vem a ser somente movimento. Se parar é indistinguível do resto. E tudo mesmo não estando em todos os lugares 'e por isso se esparrama' continua em todos os lugares já que o nada, nada possui para si. E quando nada se apresenta aos olhos, vemos o buraco até o tudo logo ali no horizonte. E tudo é tanto que escurece. Mas tudo e nada não estão em movimento sozinhos. Eles dançam juntos no espaço. Deste movimento acabam dependendo ou pendendo. O movimento não existe sem essa dança é fato. Mas no todo existe o parado. Portanto início somente do momentum o tempo inteiro.


E este tempo inteiro não é finito pra ser tocado. É ele resultado e co-autor do movimento. Seria talvez irmãos onde não se sabe quem chega primeiro. Se do parado vai-se ao outro ponto. Ou se o ponto vem de encontro ao começo.

Por isso o todo é tão alheio ao tempo, como o nada é do todo. Mas nenhum, estão alheios ao movimento.

O tempo não se perde. Fruto direto do passar o tempo. Pelo movimento ele exerce o confuso 'estar no meio'. Existir é expressar todos esses contextos. Sair do todo e cair no escuro mundo de tudo onde o nada está por ai é somente confuso. Basta diminuir o tudo, lá está o nada e não descarte o susto, deleite-se no nada caindo em tudo.

Você não vê é só um segundo nisso. Escolher um segundo demanda dizer só conseguir perceber tal segundo. Fica tudo escuro no antes e no depois. Tudo é muito. Mas antes do tempo, antes mesmo do movimento tem o 'um'. Uma unidade aglomerada em si mesma de várias coisas do tudo e nada. Pulsando e parando fazendo achar que o tempo é senhor de tudo, ou que o movimento é carrasco. Esquece-se do antes, um momento antes onde tudo e nada bailam juntos. Esse juntar é o big bang. Todo instante temos um segundo desse bang, noutro é gigante tudo. 

Feito faísca e fogueira, o que chegou primeiro foi a dança.


e o pensar...

onde está?






primeiro ensaio argumentativo - Vida Morte

 

Estamos condenados ao movimento. (somos movimento)

Não existe qualquer coisa que esteja parada, ainda que diante de uma perspectiva temporal reduzida assim se apresente, tudo está em movimento. Senão dentro, muito provavelmente fora.

No corpo os fluidos ininterruptamente mantém-se em constante fluxo. E isso é o que caracteriza a vida, mas não somente isto. Mesmo na morte há movimento. E o corpo degrada-se peremptoriamente. Senão dentro, muito provavelmente fora.

CAOS

aglomeravam-se em algum ponto tudo e ainda continua. Mas não como afirmam ter sido com o Big Bang. Tudo, como numa sopa atritava-se freneticamente. Faíscas gigantescas arrasavam tudo por onde ocorriam. Os deuses estavam furiosos. Curiosamente esse não é o começo nem o fim do universo já que isso não existe. E estamos olhando o conjunto inteiro como se de fato fosse uma coisa só e não é. Olhando de fora assim até parece que nada faz sentido e a destruição é a única coisa lógica, não é? Já teve essa visão do todo? Uma quantidade enorme de situações e coisas acontecendo todas ao mesmo tempo. Sem razão aparente tudo se consome e se transforma. Luz e escuridão bailam no meio do nada, mas esse nada é só uma forma de compreender que todas essas coisas estão pairando suspensas numa malha fina chamada realidade. E que esse limite desta bolha gigante não existe de fato. Mas ainda continuamos a ver tudo isso como uma coisa só. Entretanto o nosso ponto de vista atual é errado, falso. Não conseguiremos sem auxílio da imaginação colocar-nos de fora dessa sopa, nós somos parte desta sopa e assim sendo o universo é onde tudo se aglomera. Contudo quando chegamos na borda, esta suposta borda se alonga para além de onde enxergamos e assim sempre será, pois o nada é parte do todo e é por isso que é impossível alcançar a borda já que ela não existe. E quando pensamos estar no nada, este nada é somente um pedaço, um pequeno pedaço cheio de coisas a desqualifica-la.