No limiar da insensatez
malandro… o corpo enquanto carne
Desgosto… escopo da ilusão
distância… longa instância… elucubrações
Mantra
O mantra é uma prática oriunda do hinduísmo, tendo uma prerrogativa de que tudo o que é mentalizado existe. Para entender isso basta pensar que todos os planos de existência são feitos de energia. Sendo assim a energia de alguns desses planos, os mais próximos do ser humano, sofre diretamente aquilo que falamos, pensamos, comemos, fazemos. Tudo o que é pensado intencionalmente por um período de tempo gera força. Essa força expande o pensamento como se ao vibrar o centro as periferias da energia em um dado momento começarão a vibrar na mesma proporção. Como uma oscilação na água causada por uma pedra. Assim sendo uma prática regular de mantralização é uma boa fonte de força. Já a qualidade dessa força é totalmente proporcional ao que se mantraliza.
Isso leva ao pensamento de que já praticamos isso sem percebermos. Durante o dia quantas vezes ao todo você fala que não consegue? Quantas vezes você pensa que é incapaz, ou está longe de ter o que quer, que não terá algo, que não chegará no lugar desejado? Isso tem o mesmo efeito do mantra. Contudo para sanar isso temos duas possibilidades:
1- vete todo e qualquer pensamento ou ação da qual resulte num significado que você não deseja
2- sempre que possível nesses momentos que o hábito se demonstrar indesejado mantralize o inverso.
Dicas interessantes para desenvolver seus próprios mantras:
Todo e qualquer mantra deve ser desenvolvido no tempo verbal presente. Não se deve utilizar o “não”. Se possível adicione imagens mentais ao ato de mantralizar criando assim um campo mais forte. Não adianta mantralizar sentido fome, cansaço, estafa ou algo do tipo. Procure os momentos onde a mente está menos atribulada. Antes do mantra procure relaxar o corpo e a mente. Esperar alguns minutos em silêncio pode ser benéfico. Todo e qualquer exercício vocal necessita de um período esquentando a voz – respiração de cachorro (inspirar e soltar rapidamente sem causar dor para esquentar o diafragma), Inspirar lentamente e quando for soltar o ar deixe a língua tocar os dentes de forma a fazer o som ou de “s” ou de ”z” também lentamente. A respiração deve ser diafragmática e não torácica. Escreva antes o mantra e decore-o para não se esforçar durante o mantra ao tentar lembra-se. Frases curtas, ritmadas e com rima são melhores e mais eficazes. Preste atenção as imagens que vierem sem sua vontade, elas podem já demonstrar algo relacionado ao que se deseja com o mantra. O mantra deve se tornar uma prática diária e que não seja chata. Se não consegue ou não gosta não adianta o esforço, melhor mesmo nesse caso, pelo menos, livrar a mente dos mantras negativos.
Sugestão:
Enquanto visualiza uma luz lhe banhando por inteiro: “É tanta força, é força é força. É tanta luz, luz, luz. É tanta vida que pulsa em mim, que pulsa em mim. Purificando-me, fortalecendo-me, elevando-me”
Ao finalizar para não sair de supetão do ato, procure voltar a respiração ao normal, abrir os olhos lentamente e se desejar junte as mãos como numa oração e agradeça a vida, ao TODO e a si mesmo, podendo fechar o processo com um “amém” ou “que assim seja” ou “hoje e sempre”! Namastê!
S.O.Q.C.
O ser UNO
Existe uma infinidade de concepções acerca do ser humano e uma em particular vale a pena ser observada. O homem em toda a sua extensão pode ser analisado sobre a seguinte ótica:
Temos três corpos distintos:
O corpo mental
O corpo astral
O corpo físico
Cada qual está relacionado diretamente com um plano específico de existência e por esse mesmo motivo interfere e é interferido pela mesma. Sendo assim as criações do plano mental causam repercussões no plano mental maior e por força da natureza recebem de volta na mesma intensidade uma carga do plano maior para o menor. Isso observa-se em cada um dos corpos. No entanto o que mais confunde nessa forma de observar o humano é que na realidade essa divisão não é restritiva. Ela não separa de fato o ser humano em três pedaços, mas sim exemplifica a natureza humana em três partes para entendermos o todo. Sendo assim uma alteração no plano mental causa portanto uma carga não somente nele, mas em toda a unidade humana. Por isso circunstâncias próprias do psiquismo humano causam tensões no corpo denso ao ponto de virem a ser perturbações que exigem a ingestão de medicamentos para saná-las ou aliviá-las. Isso demonstra portanto que o ser humano, de um modo geral, vive de forma insensata com ele mesmo ao relevar problemas de cunho psíquico ou sentimental no intento de demonstrar que o físico não será afetado.
No entanto cada um desses corpos podem ser desenvolvidos “separadamente”, se o indivíduo assim quiser. Ele ao trabalhar a atenção a determinadas gamas de frequencias restringe a atuação humana do todo para as partes, sendo qualquer parte desejada. Assim temos as sensibilidades de um modo geral demonstradas por místicos, religiosos, intelectuais, atletas, etc., que por intermédio de seu foco fortalece mais um corpo do que o outro. O que, para sublinhar a questão, não significa que os outros deixam de existir, visto que é impossível de fato dividir o humano literalmente. Causando assim, para todos os tipos humanos experiências específicas devido a sua área de atuação/atenção.
Partindo desse pressuposto o ser humano vulgar é um individuo que facilmente sente-se incompleto perante sua natureza maior. O que pode causar, não necessariamente causa, uma angústia diante da vida. Vida essa que se desenvolve sempre nos três planos e nunca num só.
Sendo assim existem várias correntes filosóficas que procuram demonstrar para o ser humano esse fato. Levando-o posteriormente a uma busca dessa unidade tríplice em sua essência, mas sempre uma unidade.
Ao buscar isso o ser humano enfrentará desafios relacionados a cada um dos planos, pois nada é dado ao homem que não se esforça para alcançar. Isso leva a um aforisma muito conhecido no ocultismo: conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses. Esse aforisma demonstra que uma identidade parcial, ou incompleta, “desconhecida”, é incapaz de compreender a circunstância que o circunscreve. É limitado enquanto ser vivente, e devido a isso vivenciará a realidade de forma limitada na mesma proporção.
Mas tolo daquele que se afobar nessa empreitada. Não adianta pular degraus nesse quesito. O ser humano nunca será completo de fato enquanto encarar a si e a tudo como uma experiência típica somente dos sentidos físicos. O que poderá levar portanto a uma necessidade de quebra de paradigma. E para que isso ocorra é necessário: experiência; observação; atenção; intuição; assimilação.
S.O.Q.C.
O primeiro rito
espere calmamente…
Sinta o ar penetrando seu corpo inteiro… mas numa constante pulsação termine cada ciclo dela ao expirar
aplaque os pensamentos sem medo da solidão… vivencie o escuro como o princípio de tudo
E perca-se lentamente no vazio…
Quando isso ocorrer… flutue até o seu próprio ventre… um útero espiritual dentro de sua essência…
E silenciosamente sorria…
Agradecendo por tudo…
Volte lentamente… abrindo os olhos com prazer.
O livro do Espírito
desenhado com as penas mais antigas
esquecido pelas mentes mais serenas
Perdido entre o espaço do ser e do não ser
alimentando-se na servidão à dor
O justo padecer.
Preparando a fornalha da carne…
Transmuta mesmo sem querermos toda nossa alma
E nos eleva sempre
Levando-nos aos confins do TODO
Saber, Ousar, Querer, Calar
Mascarado
Corre em torno de si para esquecer o último ou o próximo passo
Corre para longe de si tremendo e temendo a desassociação… está tudo mascarado
E no esôfago um ranho chato… tosse pra sair… tosse pra sair… força pra não travar a respiração
Marca com as unhas a própria pele… e acalenta as saídas dessa febre…
Esse agora não tem solução…
está mascarado.
Assim abre a janela e se lança no ar… voando para bem longe dessa história chata feita de papéis e lágrimas falsas.
Sereno da noite... diáfano.
Em meio desse expirar... inspirar...
Sombra... sombra... eu vejo o mundo... mesmo na sombra... eu vejo tudo... pelo brilho da alma... por que eu sou todo esse escuro... eu sou a chama da alma do mundo... da alma do todo.
Sombra... sombra... sombra...
para muitos tudo ainda está escuro... não para mim.
Expurgo
cansei dessa pasmaceira tosca que teima em segurar os tornozelos...
cansei dessa luta franca com a fraqueza, parece que teimo em permanecer parado no tempo...
cansei desse cativeiro escuro onde tranquei-me a certo tempo...
cansei desse dilema...
Acordo suado e ofegante...
Olho para os lados e vejo tudo no canto...
fora só um sonho falando do tempo em que eu acreditava estar morto.
אני מי הוא
Foi andando de um lado para o outro que ele reencontrou o sorriso descrente de outrora... concordando assim em desmascarar de uma vez o mito.
Desatou portanto o saquinho de ervas que trazia consigo e adocicou o paladar caindo em um devir entorpecido...
Sabendo ele que basta somente manter o foco ativo... manter o foco passivo... gerar um filho.
Ele saltou do alto querendo tocar o abismo pra rasgar do peito o temor enegrecido...
E no sangue reencontrar a luz que sempre o acalentou pelos caminhos e labirintos...
Voltando assim rejuvenescido... Fecha os olhos por instantes respirando o prana e o místico... expandindo a alma, reabrindo o livro... o seu próprio livro... vivo.
xamânico
Sangro na terra tanto quanto no sangue
E quando olho... não vejo partes... vejo tudo... centelhas pensantes... eternos e amantes
TuUnDoO
...
e se a alma seca no seio o corpo não passa de casca....
e quando o olhar volta no tempo ele não mede a estrada...
faz da luz algo em linha reta que pelas curvas se retrata....
faz os poucos acertos virarem piada...
no velho tom da dança que nunca acaba....
e minto quando espero algo dessa alvorada...
na verdade percebo que acordo sem mais nenhuma marca...
e que não tenho mais o medo que me encolheu as asas.