meditação…

autoconsciência…

esse termo ficou na minha mente vendo um vídeo sobre a vida do Buda Siddhārtha Gautama. Observando a história me apercebi dos nomes das práticas e achei interessante pesquisar e falar a respeito. 25882175

Um dos estágios citados no vídeo é o estado Jana… é um estado de bem estar e felicidade. E pesquisando aqui encontrei  o seguinte: A maior parte do nosso sofrimento vem da actividade pensante habitual. Se tentamos pará-la por termos aversão a pensar, não conseguimos, simplesmente continuamos e continuamos pensando. Então o importante não é vermo-nos livres do pensamento, mas compreendê-lo. E nós fazemos isto através da concentração no espaço existente na mente em vez de nos concentrarmos nos pensamentos.(…)Os janas ajudam a desenvolver a mente. Cada jana é um refinamento da consciência e, como um conjunto, eles ensinam-nos a concentrar a nossa atenção em objectos cada vez mais refinados. Através da plena atenção e da reflexão, não plena vontade, tornamo-nos bastante conscientes da qualidade e do resultado daquilo que estamos a fazer. Quando se pratica um jana após o outro, desenvolvemos a habilidade de manter a atenção em objectos cada vez mais refinados. Desenvolvemos grande habilidade nesta prática e experimentamos a graça que vem da absorção em estados cada vez mais refinados de consciência.

Ao meditar de forma correta podemos desenvolver em nós perspectivas e condições interessantes. E acredito que meditação é percebida de forma muito incorreta por nós ocidentais. Em um livro – O livro Orange – de Osho, em determinada parte ele fala que o ato de meditar é o ato de fazer nada. Isso provavelmente complica mais do que ajuda, visto que nós nos dedicamos muito justamente para impedir o nada. O pensamento não para e não sabemos lidar com ele de forma produtiva o que leva ao dhukka - sofrimento. Livrar-se do sofrimento não significa ficarmos apáticos à realidade, significa pararmos o desejo. meditation O desejo e a expectativa é o cerne de quase todos os nossos sofrimentos diante da vida, visto que se idealizamos indiscriminadamente provavelmente boa parte disso não ocorrerá, e se ocorrer não será idêntica à idealização. Essa expectativa diante das coisas nos prende e infelizmente nos direciona. Contudo é a partir do ato de observar todo o espaço envolvido ao pensamento que poderemos ter real idéia dele e do que ele interfere nas nossas vidas. E chegamos ao que se chama contemplação. Ato simples de olhar, ver, sentir tudo sem nos atermos aos significados dos mesmos… o que importa é o espaço e não o que nele se encontra, e como está no texto esse espaço é finito justamente por causa da nossa constante atenção aos objetos e não ao espaço em si. Se observarem o espaço é limitado pelas coisas. E perceber o espaço é em si um ato de escutar o silêncio. Termo que encontrei no mesmo texto citado acima. Ao perceber o espaço vago entre as palavras percebemos que o pensamento cessa. “Concentrando-nos no espaço entre os pensamentos passamos a ser menos apanhados nas nossas preferências no que diz respeito aos pensamentos. Então, se notarem que um pensamento de culpa, auto-compaixão ou paixão continua a surgir, podem trabalhar com isso desta forma – pensando nisso deliberadamente, trazendo-o realmente a um estado consciente e notando o espaço à sua volta.” Essa é uma atitude inteligente diante das coisas.Philosopher in Meditation

No entanto como meditar? No mesmo livro citado existem só roteiros para que compreendamos que aonde quisermos  conseguiremos, mas alguns detalhes são importantes: olhos semicerrados, corpo relaxado e bem equilibrado, procurar não ficar deitado para que a meditação não vire cochilo, procurar não meditar com o estômago cheio de comida, procurar lugares onde você não será atrapalhado durante o ato, mesmo que o mesmo só dure alguns poucos minutos. limpar a mente ou o desejo, e permitir-se contemplar, ver sem pré-conceitos tudo o que há no instante.

Para mim a meditação esteve presente boa parte de minha vida, e auxiliou principalmente no que diz respeito ao conhecimento de mim enquanto indivíduo. Transitei entre a pura e simples contemplação para a visualização, e com o tempo distanciei-me naturalmente do ato por simplesmente não encontrar “momento” propício. O que mais percebi fora a alteração de humor e bem estar. Tinha muito mais disposição e mais calma diante das coisas, principalmente quando naturalmente aprendi a respeitar o pensamento, e fora nesses momentos em que soube lidar com a vida de forma mais produtiva.

clown_image_400_w Mas não adianta simplesmente absorver idéias… o mais importante é deixar-se meditar. Viver o ato… é dar um presente a si mesmo, visto que no momento em que o pensamento cessa… até o simples ato de respirar é prazeroso.

Mais um link sobre o assunto e com mais detalhes.

Centro de estudos budistas – Bodisatva