Sensibilidade…


Boas vindas aos novos tempos… e estes se demonstram cada vez mais distintos dos de outrora. Claro, nada mais natural. No entanto observemos os gêneros. Esses lados de ser humano são curiosos. Não venho pôr aqui mais uma pesquisa científica e sim deslizar-me pela poesia da observação pura. Somos distintos seres bipartidos numa busca eterna pela compreensão de nossos humores e anseios. Acabamos tropeçando nas partes de igual valor como muitos a se apaixonarem por ai afora pelo mesmo gênero, como também nos envolvemos com a contraparte biológica como o romântico clichê eterniza. Não importa por quem e sim como. Se é por amor, vale a pena ser creditado.

elzabannerSendo assim observo as partes. Os homens já não são mais os mesmos. Estes agora admitem suas dores para o mundo, mesmo que disfarçadamente. Levam para o hall de obrigações afazeres tipicamente femininos e alguns poucos destes até mesmo se maquiam. Claro que não esqueço os trogloditas de plantão, estes ainda não estão em extinção, e fazem sempre muito estrago por onde passam. Mas cabe a nós a velha observação de que todos são livres para serem o que desejarem, pelo menos até o ponto limítrofe do universo alheio, coisa que sabemos não ser bem a realidade. 

Portanto o homem de hoje é sim mais sensível. Não no sentido afeminado do termo, até pode ser para alguns, mas não trato disso. Essa sensibilidade da qual trato aqui é uma sensibilidade à vida como um todo. Claro e óbvio que isso sempre existiu. O homem sempre fora sensível, visto que pra mim ao nos apossarmos das nossas capacidades intelectuais acabamos por força das circunstâncias sendo mais sensíveis. Mas hoje somos mais livres para demonstrar isso. Hoje o homem (leia-se: sexo masculino) aceita com mais facilidade o fato de que tais estímulos e instintos femininos fazem muito bem a saúde psíquica e emocional do mesmo. Ao aceitar que pode sim ser mais aberto ao seu universo emocional sem que isso lhe tire sua masculinidade, o homem torna-se um pouco mais mulher.

P18L Curioso nisso tudo é pensar o quanto de tempo foi necessário para isso ocorrer. O mais curioso ainda é ver que muitas sociedades antigas já tinham esses princípios do respeito ao feminino em suas práticas “religiosas” e sociais, mas foram massacrados pela ganância ao ouro; à guerra. Imaginar hoje que isso nos torna mais nobres como seres humanos cria um tanto de vergonha por ver que séculos foram necessários para a compreensão de uma coisa tão simples. O respeito então acaba sancionado a sensibilidade como sendo uma peculiaridade também masculina. Mesmo que esta sensibilidade em nada se pareça de fato com a da mulher, ou melhor, com a do feminino. Ainda há muitas arestas nestas particularidades masculinas, mas ninguém aqui deseja a igualdade homogênea, coisa que traria mais repulsa do que orgulho.

Sendo assim, vejo o homem atual um tanto quanto mais leve no que diz respeito ao seu universo emocional. Tal pensamento é validado estranhamente também pela ideia de que um ser humano problemático não gera dinheiro, não serve para a economia de um país. Sendo assim até entendemos, paranoicamente, o porquê de tantas potências investirem em mudanças nesse aspecto. Mas não entremos de fato nesses pormenores aparentemente absurdos. Deixemos isso para os conspiradores de plantão. O que de fato se trata aqui é o quanto o universo masculino é hoje mais genuíno aceitando pra si as tão nobres qualidades femininas. E é assim que hoje, nesse dia singular, venho homenagear as mulheres por tudo o que são e também por não se importarem em compartilhar suas qualidades conosco. 

Salve o Sagrado feminino…

Djaysel Pessôa

S.O.Q.C.